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Acçōes malévolas que transformam crise em catástrofe humanitária


Sacos de alimentos doados na escola primária Tsehaye em Shire,região de Tigray, Etiópia, Março 2021
Sacos de alimentos doados na escola primária Tsehaye em Shire,região de Tigray, Etiópia, Março 2021

Um desastre humanitário está a ser produzido na região de Tigray na Etiópia e nas regiões vizinhas de Afar e Amhara. Nove meses de combates entre grupos militantes que apoiam a Frente Popular de Libertação do Tigray e as Forças de Defesa Nacional etíopes deixaram a população civil do Tigray com poucos recursos. No início de Junho, cerca de 900.000 tigrenhos enfrentavam fome e 5,2 milhões de pessoas, quase 90 por cento da população, precisavam de ajuda alimentar.

A esperança de que as condições pudessem melhorar chegou a 28 de Junho, quando o governo etíope anunciou um cessar-fogo humanitário unilateral e a retirada das Forças de Defesa Nacional etíopes de Mekelle. No entanto, Tigray permanece isolado dos serviços vitais, incluindo a entrega humanitária de alimentos e combustível. As estradas para a região foram bloqueadas, uma ponte que serviu como única passagem terrestre para o centro de Tigray foi destruída, e os pedidos de licenças para transportar ajuda humanitária de Adis Abeba para Tigray foram ignorados.

A expansão do conflito para regiões vizinhas de Amhara e Afar também tem tido o seu preço, com centenas de milhares de pessoas deslocadas internamente nestas regiões a precisarem urgentemente de assistência humanitária. Os refugiados eritreus no norte da Etiópia também foram atacados tanto pelas Forças de Defesa Eritreias como por militantes associados à Frente de Libertação do Povo Tigray - ataques que os Estados Unidos condenam com a maior veemência possível. A USAID está empenhada em ajudar o povo da Etiópia, continuando a prestar assistência para salvar vidas, inclusive em Amhara e Afar, conquanto a segurança o permita.

“O fluxo de assistência humanitária [a Tigray] continua a ser lamentavelmente insuficiente. Esta escassez não se deve à indisponibilidade de alimentos, mas porque o Governo etíope está a obstruir a ajuda humanitária e o pessoal, incluindo comboios terrestres e acesso aéreo", disse a Administradora da USAID Samantha Power.

O Secretário-Geral da ONU Antonio Guterres observou que "as organizações humanitárias necessitam de que chegue diariamente a Mekelle, o equivalente em assistência e mantimentos de cerca de 100 camiões. No entanto, desde meados de Julho, uma média de menos de 10 camiões por dia tem sido capaz de passar".

De acordo com as Nações Unidas, se a ajuda não for retomada em breve, haverá uma ameaça iminente à vida de centenas de milhares de pessoas, enquanto centenas de milhares mais estão prestes a resvalaar para (uma sitação) de fome.

"Os Estados Unidos disse a Administradora Power, "apelam ao Governo etíope para que permita imediatamente que a assistência humanitária avance rapidamente para Tigray, a fim de evitar uma paragem catastrófica na assistência alimentar de que milhões de pessoas necessitam para sobreviver".

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