Os Estados Unidos saúdam a recente libertação do jornalista Nathan Maung, cidadão norte-americano detido a 9 de Março e encarcerado por meses numa prisão de Myanmar, antiga Birmânia. Maung é o fundador e editor-chefe do site de notícias Kamayut Media.
O colega dele de Myanmar e co-fundador do site, Hanthar Nyein, permanece na prisão, acusado de divulgar desinformação, enquanto a dura repressão contra a mídia independente no país continua.
Embora Nathan Maung tenha sido libertado e devolvido aos Estados Unidos, outro cidadão americano, Daniel Fenster, continua encarcerado em Myanmar. Fenster trabalha para a Frontier Myanmar, uma revista de notícias e negócios.
Ele estava de regresso aos Estados Unidos para uma visita familiar a 24 de Maio quando foi detido no aeroporto pelas autoridades locais.
Numa conferência de imprensa, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, pediu ao regime militar de Myanmar para permitir o regresso seguro de Daniel Fenster aos Estados Unidos.
As detenções de cidadãos norte-americanos fazem parte de uma onda de prisões de jornalistas em Myanmar após o golpe militar de 1 de Fevereiro de 2021.
Segundo o Comité para a Proteção de Jornalistas, dezenas de jornalistas estão atrás das grades, detidos durante incursões das forças de segurança nos seus escritórios ou durante a cobertura de protestos nas ruas contra o regime que varreram o país após o golpe.
Vários jornalistas de Myanmar, incluindo os repórteres Aung Kyaw, Zaw Zaw e Min Nyo, foram recentemente condenados por tribunais militares a penas de prisão de dois e três anos, ao abrigo de um artigo do código penal que criminaliza a divulgação de informações que podem causar deslealdade ao Governo por parte das forças de segurança ou funcionários públicos.
Além disso, as autoridades militares revogaram as licenças de empresas de notícias e restringiram o acesso à internet.
O porta-voz do Departamento de Estado observou que uma mídia livre e independente “é indispensável para construir sociedades prósperas, resilientes e livres”.
“Vimos os líderes da junta nos últimos dias a tentar sufocar a liberdade de expressão e de reunião”, declarou ele. “E eles fazem isso sabendo que apenas suprimindo a vontade do povo de Myanmar eles poderão manter alguma aparência de control”, acrecentou.
“Vamos pressionar pela libertação de todos os jornalistas que estão injustamente detidos em Myanmar apenas por fazerem o seu trabalho, que é o de proteger a liberdade de expressão do povo”, concluiu o porta-voz do Departamento de Estado.