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EUA designam ex-presidente das Honduras por corrupção


Porfirio Lobo Sosa, ex-presidente das Honduras à chegada ao Escritório Admnistrativo dos Bens Confiscados, 3 Abril 2018 (arquivo)
Porfirio Lobo Sosa, ex-presidente das Honduras à chegada ao Escritório Admnistrativo dos Bens Confiscados, 3 Abril 2018 (arquivo)

Em finais de Julho, os Estados Unidos designaram o ex-presidente hondurenho Porfirio Lobo Sosa por corrupção significativa. Ao mesmo tempo, a sua esposa, ex-Primeira Dama Rosa Elena Bonilla Ávila, foi também designada.

A designação para corrupção significa que Porfirio Lobo, Rosa Lobo, e os seus familiares mais próximos são inelegíveis para a entrada nos Estados Unidos.

Porfirio Lobo Sosa, conhecido como Pepe Lobo, serviu como Presidente das Honduras de 2010 a 2014. Membro do Partido Nacional de Direita, entrou pela primeira vez na política nacional em 1990, como deputado no Congresso Nacional das Honduras.

"Durante o seu mandato, o Presidente Lobo aceitou subornos da organização narcotraficante Los Cachiros em troca de favores políticos", disse o Secretário de Estado Antony Blinken numa declaração escrita.

Rosa Lobo foi acusada de utilizar indevidamente centenas de milhares de dólares americanos de doações internacionais, bem como do tesouro público - dinheiro destinado a programas sociais - durante a Presidência de Lobo. Foi considerada culpada num tribunal de Tegucigalpa, e foi condenada a 58 anos de prisão. No entanto, em 2020, um juiz ordenou um novo julgamento.

Como Primeira-Dama, Rosa Lobo envolveu-se em corrupção significativa através de fraude e desvio de fundos públicos em seu benefício pessoal", disse o Secretário Blinken. "Emboraos seus actos corruptos tenham minado a estabilidade das instituições democráticas das Honduras, o ex-Presidente Lobo ainda não foi condenado e Rosa Lobo foi libertada da prisão, aguardando um novo julgamento".

Transparência Internacional, uma organização não governamental sem fins lucrativos que trabalha para expor a corrupção e prevenir actividades criminosas dela decorrentes, afirmou que "a corrupção é susceptível de afectar negativamente o crescimento económico a longo prazo através do seu impacto no investimento, tributação, despesas públicas e desenvolvimento humano". A corrupção "afecta negativamente a distribuição equitativa de recursos entre a população, aumentando as desigualdades de rendimentos, minando a eficácia dos programas de bem-estar social e, em última análise, resultando em níveis mais baixos de desenvolvimento humano". Isto, por sua vez, pode minar o desenvolvimento sustentável a longo prazo, o crescimento económico e a igualdade".

Por outras palavras, a corrupção é um obstáculo significativo para melhorar a vida dos hondurenhos.

"Estas designações reafirmam o compromisso dos EUA de combater a corrupção e o desrespeito pelo Estado de direito que impede o progresso nas Honduras", disse o Secretário Blinken. "Os [Estados Unidos] continuarão a utilizar todos os instrumentos disponíveis para promover a responsabilização dos actores corruptos e combater a impunidade na região e a nível global".

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