Os Estados Unidos revogaram as designações de sanções terroristas e de tráfico de droga para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, conhecidas como as FARC, e simultaneamente designaram dois grupos dissidents e os seus líderes.
Durante cinco décadas de conflito armado, mais de 220.0000 pessoas foram mortas, e milhões foram deslocadas. As FARC foram responsáveis pelo rapto, execução sumária de milhares, e outras actividades ilícitas, incluindo o narcoterrorismo.
Na sequência do Acordo de Paz de 2016, as FARC foram formalmente dissolvidas e desarmadas. 13.000 antigos combatentes desmobilizados e reintegrados nas comunidades de toda a Colômbia, criando, como disse o Secretário de Estado Antony Blinken numa declaração, "oportunidades de participação pacífica no processo político da Colômbia", e abrindo a porta "a uma região economicamente mais vibrante, igual e estável".
Agora, disse o Secretário de Estado Blinken, as FARC "já não existem como uma organização unificada que se envolve em terrorismo ou actividade terrorista ou que tem a capacidade ou intenção de o fazer".
Acrescentou que a revogação "não altera a postura relativamente a quaisquer acusações ou potenciais acusações nos Estados Unidos contra antigos líderes das FARC", nem apaga a mancha dos seus crimes.
Além disso, como parte do esforço sustentado para isolar e expor os terroristas, o Secretário Blinken anunciou que os Estados Unidos colocaram dois grupos, em grande parte constituídos por ex-rebeldes das FARC que se recusam a participar no processo de paz, na lista de terrorismo. Os dois são as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo, as FARC-EP, e a Segunda Marquetalia. Ambos os grupos participaram em ataques armados; assassinato ou tentativa de assassinato de antigos membros das FARC e candidatos políticos; bem como rapto e tomada de reféns. Os Estados Unidos também designaram os líderes destas organizações como Terroristas Globais Especialmente Designados.
O Acordo de Paz de 2016, seguido da dissolução das FARC, foi um ponto de viragem positivo no conflito que se prolongou por mais de 50 anos na Colômbia. O Secretário Blinken disse que a revogação das designações terroristas para as FARC "facilitará a capacidade dos Estados Unidos de apoiar melhor" a implementação do Acordo, "incluindo o trabalho com combatentes desmobilizados".
A medida também envia uma mensagem mais ampla, como disse Juan Gonzalez, Director Sénior para o Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional, numa entrevista: "Se um grupo de guerrilha através de um acordo desarma e desmobiliza e se envolve politicamente, é isso, em última análise, que se quer que aconteça... Envia um sinal de que estes processos podem produzir um resultado que pode conduzir à paz".