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Nato não abandonará a política de "portas abertas"


Sub-secretária de Estado americana, Wendy Sherman, em conferência de imprensa, em Bruxelas, 12 Janeiro 2022
Sub-secretária de Estado americana, Wendy Sherman, em conferência de imprensa, em Bruxelas, 12 Janeiro 2022

Ante a enorme escalada militar da Rússia perto de fronteira com a Ucrânia, e durante as negociações diplomáticas entre a Rússia e membros da Aliança transatlântica para tentar diminuir a crise, um tema de grande desacordo é a possibilidade da Ucrânia - e outros países do Leste Países europeus - aderirem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, nas siglas em inglês).

“É muito importante que a Ucrânia nunca se junte à NATO no futuro”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, após a conclusão do Diálogo de Estabilidade Estratégica Bilateral entre os Estados Unidos e a Rússia. “Nem a Ucrânia nem a Geórgia devem se tornar membros da Aliança do Atlântico Norte”, concluiu.

Para a subsecretária de Estado americana, Wendy Sherman, que chefiou a delegação dos EUA, este tema é inaceitável: “Não permitiremos que ninguém feche a política de 'Portas Abertas' da NATO, que sempre foi um ponto chave para a Aliança”. Ela reiterou depois da reunião: “Fomos inequívocos: não tomamos decisões por outros países. Não concordaremos que qualquer país deva ter poder de veto sobre qualquer outro país quando se trata de fazer parte da NATO”.

Em declarações a jornalistas antes da ronda de negociações diplomáticas, na semana passada, o secretário de Estado Antony Blinken chamou a tentativa da Rússia de limitar a expansão da NATO como parte de uma “falsa narrativa”.

“A NATO nunca prometeu não admitir novos membros”, disse ele. “Não poderia e não iria fazê-lo, porque a‘política de portas abertas’ é um dispositivo central do Tratado do Atlântico Norte de 1949 que criou a NATO. . . . A adesão à Aliança sempre foi uma decisão entre a NATO e os países que aspiram a pertencer, mais ninguém”, reiterou o secretário de Estado.

Antony Blinken acrescentou que na Carta de Istambul para a Segurança Europeia, assinada em 1999, “a própria Rússia afirmou o direito dos países de escolher ou alterar os acordos de segurança que possuem, incluindo alianças”.

O secretário de Estado apontou ainda que “a Rússia exige agora que os Estados Unidos e a NATO assinem tratados para retirar as forças da NATO estacionadas no território dos Aliados na Europa Central e Oriental e proibir a Ucrânia de se juntar à NATO”.

Durante uma recente entrevista na televisão, o secretário de Estado alertou que um dos objectivos do Presidente russo, Vladimir Putin, “é re-exercer uma esfera de influência sobre países que anteriormente faziam parte da União Soviética. . . Isso é inaceitável”, declarou.

“Esa foi uma receita para instabilidade, uma receita para conflitos, uma receita que levou a guerras mundiais. Não vamos voltar a este ponto”, concluiu o secretário de Estado Antony Blinken.

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