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Uma eleição presidencial injusta na Bielorrússia


Manifestantes carregam um cartaz de outros manifestantes alegadamente agredidos pela polícia (esq) e uma caricatura do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, numa marcha em Minsk, Bielorrússia, 17 agosto, 2020.
Manifestantes carregam um cartaz de outros manifestantes alegadamente agredidos pela polícia (esq) e uma caricatura do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, numa marcha em Minsk, Bielorrússia, 17 agosto, 2020.

O Presidente de longa data da Bielorússia, Alexander Lukashenko, que desde 1994 ocupa o principal posto eleito do país, reivindicou mais uma vitória na eleição presidencial que ocorreu a 9 de agosto.

A sua reivindicação de vitória com 80 por cento dos votos é contestada por centenas de milhares de cidadãos bielorrussos, muitos dos quais foram às ruas em protesto, dizendo que os resultados eram falsificados. As forças do governo responderam rápida e brutalmente aos protestos, espancando, prendendo e detendo manifestantes, jornalistas e membros da oposição aos milhares. Pelo menos quatro manifestantes foram mortos.

Após a eleição, dois líderes da oposição bielorussa fugiram do país, incluindo a candidata líder da oposição Sviatlana Tsikhanouskaya, que concorreu à presidência depois de seu marido, Sergei, um blogueiro político , ter sido preso e impedido de participar na corrida presidencial.

Os protestos continuam em muitas cidades da Bielorussia. Mais de 100 mil manifestantes reuniram-se em Minsk a 16 de agosto, uma manifestação sem precedentes na Bielorússia. Vários manifestantes fazem parte da campanha “Mulheres de Branco”, que saíram às ruas para protestar contra a violenta repressão e pedir a libertação de entes queridos detidos pela polícia.

As mulheres, vestidas de branco e geralmente carregando flores, começaram a aparecer na semana passada em Minsk, mas protestos semelhantes também ocorreram na Alemanha, Polónia, Bélgica, Ucrânia e Rússia.

A resposta do povo bielorrusso às contestadas eleições mostra que anseia por algo que Alexander Lukashenko não lhes proporcionou nas duas décadas e meia em que ocupou o poder. A comunidade internacional ouviu o apelo do povo bielorrusso e apoia-o nas suas aspirações democráticas.

Os Estados Unidos, assim como os líderes europeus, expressaram profunda preocupação com a condução das eleições na Bielorússia, observando que não foram nem livres nem justas, bem como a violenta resposta do governo aos protestos subsequentes, aparentemente visando jornalistas, graves abusos contra detidos e o apagão da Internet.

Durante a sua recente visita à Polónia, o Secretário de Estado Pompeo disse: “O objetivo comum é apoiar o povo bielorrusso a alcançar a sua própria soberania, a sua própria liberdade, para construir o que vimos estar a acontecer nesses protestos. Essas pessoas estão a exigir coisas simples que todo o ser humano deseja: o direito de determinar por si mesmas a natureza de seu governo. E assim, instamos a liderança da Bielorússia a ampliar o círculo, a envolver-se com a sociedade civil de uma forma que espelhe os entendimentos centrais que o povo da Bielorússia está a exigir. ”

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